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Foto do escritorLaboratório Ecologia da Intervenção UFMS

Manduví: sementes comestíveis e tronco importante para os ninhos das araras-azuis

Por Victória Amorim

Fruto do Manduví e suas sementes.
Manduví e suas sementes ricas em óleo e proteína. Foto: Frutos Atrativos do Cerrado (reprodução).

Mais do que uma árvore, o Manduví (Sterculia apetala) é lar das aves, é base para os ninhos, alimento de diversas espécies e é um elemento chave para conservação ambiental do Pantanal e do Cerrado.


Trata-se de uma árvore de grande porte, com um fruto chamativo em um laranja vivo e cheio de sementes. A propagação acontece justamente através da dispersão dessas sementes que são ricas em proteínas e óleo. Além disso, servem de alimento para bugios, aves e roedores, e os seus galhos e ôcos nos troncos são usados como locais de reprodução para mais de 20 espécies de aves, mamíferos e abelhas. Pode ser considerada uma PANC (Plantas Alimentícias Não Convencionais), pois suas sementes são comestíveis e saborosas. No Brasil, o Manduvi é encontrado no Cerrado, Amazônia e Pantanal, inclusive é uma das maiores árvores pantaneiras, com 10 a 20 metros.


Devido à sua grande utilidade para os animais, o Manduví se torna uma espécie crucial para que outras se mantenham na natureza. Dentre elas, podemos enfatizar a arara azul. Essa ave importante para a cultura brasileira e que está em risco de extinção utiliza do Manduvi, em 94% dos casos, para fazer seus ninhos e alimentar-se em grande quantidade da semente. O Manduví tem estabelecimento/crescimento rápido, pois é uma espécie pioneira, o que é ótimo para restauração, além de formar ótima sobra, mas ela demora a chegar ao porte necessário para ter largura suficiente para servir de ninho para a arara-azul (em torno de 70 a 80 anos).


No entanto, apesar da facilidade de dispersão das sementes, esta espécie de árvore está diminuindo. Nossas pesquisas apontam que 23,7% da área do Pantanal é adequada como área potencial de ocorrência desta espécie, mas, dentro desta área ocorreu uma diminuição de 11,8% de sua área potencial no Pantanal. A principal causa disso é a perda de habitat para o desenvolvimento das atividades de agropecuária, comprometendo as espécies e a biodiversidade local.


Comprometer-se com a proteção e restauração da flora e da fauna significa, primeiramente, preservar a casa e a comida dos seres vivos. O habitat é essencial para que todas as espécies prosperem, é base, é de lá que eles tiram seu sustento e se reproduzem. Já pararam para pensar o que seriam deles sem um local para viver? Quais riscos estão expostos quando saem da natureza? Ou quando ela lhe falta? A preservação está em todos os elementos que formam a natureza, visto que várias espécies dependem uma das outras para existir, assim como o Manduví e a arara-azul. É preciso cuidar e restaurar para mantermos nossas aves em segurança e, dessa forma, manter a biodiversidade do nosso país.


Fontes: Aquele Mato [site] e Plantas do Pantanal [livro].

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