Resultados apontam relevância econômica, social e ecológica no método passivo e maiores possibilidades de restauração de áreas degradadas
Por Alicce Rodrigues
Projeto que aplica o método de restauração ativo chega ao terceiro ano de execução em área localizada na Aldeia Mãe Terra. (Foto: Alicce Rodrigues)
A pesquisa de mestrado da mestra em Ecologia e Conservação, Renata Dias, buscou avaliar qual método de restauração, ativo ou passivo, consegue promover uma maior diversidade filogenética de espécies arbóreas em áreas de restauração da Mata Atlântica.
A diversidade filogenética mede a quantidade de história evolutiva das comunidades levando em conta as relações de parentesco entre as espécies.
O método ativo possui interferência humana aplicando a restauração numa determinada área, por meio do plantio de mudas nativas e/ou exóticas, por exemplo. Já no método passivo, a vegetação nativa se regenera por si só a partir da ausência de interferência humana.
O estudo foi desenvolvido com base em um banco de dados do Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal (LERF/ESALQ) e utilizou como metodologia o controle e isolamento de alguns fatores conhecidos por afetar a taxa de recuperação florestal: porcentagem de areia no solo; cobertura florestal; o uso anterior do solo e o tempo decorrido desde o início da restauração.
Para a autora da pesquisa, a não obrigatoriedade de uma escolha sempre ativa pode ser benéfica para pequenos produtores, por exemplo. "A restauração ativa é indicada nos casos de maior degradação e quando não há resiliência. Mostramos na pesquisa que o método passivo também traz benefícios ecológicos e que dependendo da condição local, pode ser utilizado trazendo economia de recursos. O mais interessante é que os dois métodos sejam mesclados e observados, avaliando se existe maior necessidade de um ou de outro, adaptando o método", explica Renata.
Como principais resultados sobre o método ativo e passivo de restauração, a pesquisa trouxe:
- Áreas restauradas com método ativo e passivo mostraram valores semelhantes;
- A recuperação da diversidade filogenética foi igual para ambas estratégias de restauração; - A diversidade filogenética aumenta ao longo do tempo.
A pesquisa foi orientada pela professora Dra. Letícia Couto Garcia.
Comments